sábado, 26 de novembro de 2016

Verdadeiro "ninho de corró"

Marcelo Calero, que já foi Secretário de Cultura do Rio de Janeiro, foi Ministro da Cultura de Temer por uma indicação política do PSDB. O cara chegou chegando, com provas gravadas de corrupção envolvendo Geddel e Michel Temer, com direito à cobertura da mídia. Isso explica muita coisa no processo de tentativa de higienização do golpe e retirada do PMDB do comando.

A briga agora não é mais entre esquerda e direita. Essa briga já perdemos desde a deposição de Dilma. A disputa pelo poder é entre as forças políticas que engedraram o golpe. Três setores da direita agora se digladiam: o PMDB, PSDB e conservadores evangélicos.

Parece que o PSDB encontrou um caminho para sacar Temer do poder, e o Congresso ser obrigado a realizar eleições indiretas para presidente da república no início de 2017. Um caminho melhor do que a anulação da chapa Dilma-Temer no TSE. Se conseguir, o golpe vai ficar mais perfumado, sem a cara feia bostética de Gilmar Mendes dando canetada. E Sérgio Moro vai continuar fazendo sua parte dentro do consórcio: está prendendo meio mundo de políticos do PMDB para pagar de imparcial. Serão poupados os ladrões do PSDB, que serão incensados nessa ópera bufa como heróis da salvação nacional.

Estamos assistindo impávidos ao desmonte da democracia. Uma novela eletrizante, que vai continuar destruindo direitos do trabalhador e vendendo ao capital estrangeiro as riquezas do estado. Que morte horrível, Brasil. A questão fundamental é se continuaremos meros expectadores das cenas dos próximos capítulos, ou se teremos capacidade de reação para tomar o protagonismo dessa história. Às ruas? Quem sabe. Bruno D'Almeida

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