7 horas de chuva no Monte

A população de praticamente todo o Brasil está espantada com o que vem acontecendo nos últimos dias no Rio de Janeiro. Mortes, deslizamentos e desaparecimento de pessoas - já confirmadas cerca de 200 pessoas - mais 40 casas em ruínas. Tudo isso vem assustando o Estado que sediará as Olimpíadas e a Copa do Mundo. Mas isso não é motivo para preocupações, visto que ainda falta um bom tempo para acontecerem esses eventos. Mas é tempo sim de preocupação com o que será feito com as pessoas que estão desabrigadas.

Neste dia 7 de abril, por volta das 22 horas, começou a chover no Monte - e provavelmente em toda a região vizinha - prolongando-se até às 5 horas da manhã do dia seguinte. A chuva venho acompanhada de trovões e relâmpagos, mas não causou dano à nenhum pessoa (graças a Deus, ninguém se feriu, desapareceu, perdeu casa ou outro bem material). Teve sim cercas de roças destruídas pela força da água e, segundo alguns comentários, umas quatro cabeças de bois foram mortas pelas enxurradas em um povoado vizinho.

Bem diferente das grandes cidades, a chuva em nossa região, normalmente é motivo de alegria e festa para a pessoas, pois é dela que dependem muitos agricultores (desde que ela venha em uma boa quantidade). Nela crianças brincam e parte da população aproveita para ver as marcas que ela deixa no relevo e também para ver as águas rolarem e, quem sabe ainda, aproveitar para pescar um pouco nas correntezas.

Se podemos chamar de dano, o que a chuva causou só foi um: derrubou um dos três orelhões da Oi que deveria servir como um meio de comunicação para a comunidade. Os orelhões parecem mais "monumentos" do que instrumentos de comunicação (na verdade, acho que a chuva fez um grande favor).

As estradas ficaram interditadas em quase todos os sentidos. A escola ficou paralisada por não ter acesso da maioria dos professores e alunos.

No Município de Ribeira do Pombal aconteceu a mesma coisa. Só que lá foi o município todo que paralisou as escolas por ter um número maior de estradas cortadas, e visto que a maioria de seus estudantes se encontram na zona rural.
E para aqueles que não acreditavam que Deus operava, começaram a planta, arar e cercar o açude alegando que não viria mais água o suficiente para enchê-lo, e Deus (a natureza) mostrou que não é assim. As 7 horas de chuva foi o bastante para fazer o açude transbordar. E ainda causou surpresa aos que tinham suas bombas de irrigação de hortaliças instaladas dentro dele, que tiveram que se levantar à meia noite e às pressas para retirá-las.

Nós do Monte e demais regiões temos a graça de viver em um lugar que não tem as mesmas vulnerabilidades que nas grandes cidades, principalmente aquelas que constroem próximos aos barrancos (ou no "pé" dos morros), mas isso deve ser motivo para nos "solidariezarmos" com os que não tem os mesmos privilégios que nós.

Veja algumas fotos da enchente