sexta-feira, 14 de novembro de 2014

BANZAÊ: O Profano e o Sagrado – Prefeitura e Igreja

“O espaço sagrado tem um valor existencial para o homem religioso: valor cosmológico de orientação ritual e da construção do espaço sagrado. Porque nada pode começar, nada se pode fazer sem uma orientação prévia; e toda orientação implica na aquisição de um ponto fixo. O espaço, para a experiência profana, é homogêneo e neutro. O espaço geométrico pode ser cortado e delimitado seja em que direção for. O que interessa à investigação de Eliade (1992) é a experiência do espaço tal como é vivida pelo homem não-religioso, que assume unicamente uma experiência “profana”, purificada de toda pressuposição religiosa. O homem que escolheu a vida profana não consegue suprimir completamente o comportamento religioso.” (monografia de HÉLIO GUIDO RENNER “O SAGRADO E O PROFANO” - Santa Rosa-RS, 2009)
Esse trecho é bem claro para entender a questão que ora se levanta.
Profano e Sagrado, são duas coisas distintas. O Profano diz respeito àquilo que não tem ligação religiosa com o sacro-religioso, isto é, contra Deus. Alguns usam o termo “mundano” também para expressá-lo, e o Sagrado é seu inverso, diz respeito àquilo que tem Deus, o religioso, o santo, como ponto de partida e chegada. Um não se mistura ao outro, embora caminhem juntos [ao lado].
Em períodos de festas no município de Banzaê (sede e maioria dos povoados) acontecem sempre a mesma história. Com exceção do Povoado Tamburil, todas as comunidades que tem um Grupo de Animadores de Comunidades passam por essa situação em época de festa. A grande maioria das pessoas acha que isso é um absurdo da Igreja de querer tirar a festa profana. A Igreja nunca pediu isso. Há uma má interpretação das pessoas, segundo coloca o Conselho Paroquial de Banzaê em seu ofício nº 05 do dia 07 de novembro de 2014 encaminhado à Prefeitura.

          "Cumprimentando-a cordialmente a Comunidade Católica de Banzaê, por seu Conselho Paroquial adiante firmado, vem mui respeitosamente solicitar de V. Exa.  não promover nenhuma   festa que não seja de cunho religioso entre os dias 29 de novembro a 8 de dezembro, pois sem festa pública profana, a comunidade católica poderá retomar toda a beleza e o gosto da festa em louvor à Santa Padroeira Nossa Senhora da Conceição.”

          No oficio fica bem claro que a Igreja não quer acabar com a festa profana, mas apenas pedir que essa não atrapalhe a realização da religiosa. E nas entrelinhas dá a entender que a Igreja pede à Prefeitura que se for realizar que seja com uma banda religiosa, já que é usado o nome da Igreja para divulgar a e realizar a festa não-religiosa.

Em Banzaê tem festa em dois meses ano: Junho e Dezembro.
          A verdade é que sempre se confunde (desde sempre) o teor da festa entre SACRO e PROFANO. Todo o início (da festa) aconteceu pelo primeiro motivo, e o segundo (em nome do poder público e para ganhar "moral") se aproveitou dessa situação para enganar e conquistar o povo.
Esse ano está se repetindo o mesmo que em 1995 ou 1996 (Pe. Jose Ramos Neves Ramos X Moraes José; em 2010 com Pe. Mário Gonella X Jailma Dantas II, e agora (2014) com Pe. João Nascimento X Patrícia Almeida
E essa decisão já foi tomada pelo Bispo D. Esmeraldo B. Farias para toda a Diocese de Paulo: "De não realizar eventos profanos no tempo do sagrado" . A questão é que a maioria do padres (e Católicos quase que de modo geral) não deram continuidade, talvez por medo de/ou repressão dos gestores municipais e da maioria população.
          Nesse situação fica um grupo pequeno de Católicos que aceitam a ideia, e uma grande maioria (de não praticante) que irá se opor. E que fique bem claro: A IGREJA NÃO QUER TIRAR A FESTA PROFANA, O QUE ELA QUER É QUE ESTA NÃO ATRAPALHE A RELIGIOSA. Afinal, em junho e dezembro comemoramos o que, mesmo?
Entendo mais sobre isso nos linques abaixo.

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