terça-feira, 13 de julho de 2010

Índios e Brancos banzaêenses voltam a acampar na Assembleia Legislativa

“Ficaremos aqui o tempo que for preciso".

Como haviam prometido na semana passada, os banzaêenses índios das tribos Kiriri e Tuxá e os banzaêenses de três territórios não indígenas, retornaram à Assembleia Legislativa da Bahia hoje, onde permanecem acampados.
Os representantes do povoado Boqueirão, das Comunidades Retiro e Gitirana e os índios do povoado Baixa da Cangalha e da Comunidade Tuxá, reclamam da demarcação dos limites territoriais do município de Banzaê. Mas desde a emancipação da cidade, em 1989, uma parte ficou fora dos limites de Banzaê, dividida entre os municípios de Ribeira do Pombal e Quinjingue.
Os banzaêenses, que prometem ficar na Casa até a solução do impasse, pressionam os parlamentares para votar o projeto de lei do deputado João Bonfim (PDT) que dispõe sobre a atualização das Divisas Intermunicipais do Estado da Bahia.
De acordo com o cacique Manoel Cristovão da Tribo Kiriri, a aprovação da lei deverá atender às necessidades dos índios e unir a população indígena.
“Nós temos nossa crença, nossos costumes e não podemos perder. Ou seja, todos os irmãos de raça que habitam nesta região devem estar incluídos pelo censo do IBGE”, assegurou o representante. O Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa será realizado no próximo mês. O cacique Manoel revelou ao Política Livre que os manifestantes só desocuparão a Casa quando o problema for resolvido e ainda prometeu ficar no Parlamento até mesmo no recesso parlamentar, caso o projeto nâo seja votado.
“Ficaremos aqui o tempo que for preciso”, disse. Os indígenas também pressionam os legisladores para apreciar o projeto que cria o cargo de professor indígena no Estado da Bahia que, segundo os eles, ainda continua na informalidade. “Precisamos de legitimidade de profissionais educacionais”, afirmou Manoel. O líder informou que conversou com alguns parlamentares hoje e que os projetos entrarão em pauta nesta amanhã.
É também quando deve ser votada a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) e também do segundo turno da proposta que prevê o fim da assinatura de telefonia. Uma Comissão formada pelas lideranças de Banzaê percorreram os corredores da Casa e visitaram os 63 gabinetes para colher assinaturas dos parlamentares e garantir a votação dos projetos.

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