quarta-feira, 25 de julho de 2018

Um (re) Encontro com educadores recheado de aprendizado, alegrias e saudades (atualizada)

Com base em uma passagem bíblica, do Evangelho segunda São Lucas (4,24), onde diz que "um profeta não é bem recebido em sua pátria", surgiu o adágio popular de que "santo de casa não faz milagres". Talvez não, quando não paramos para analisar o potencial que cada um tem. Varneci Nascimento, mostrou que "santo de casa pode fazer, sim, milagres".

A notícia de que ele viria para Banzaê como um palestrante em um encontro (de formação) de professores, deixou a todos com muito entusiasmo e grandes expectativas. Isso logo se espalhou nas redes sociais, e a aceitação foi marcante. O evento começou com várias apresentações culturais: dança de quadrilha junina, samba crioulo com grupo quilombola, da comunidade Terra da Lua, dança indígenas com os Kiriris da Marcação, apresentação de teatro com recitação de cordéis pelo grupo T-Artes.

Em seu início, a secretária de educação, Jaciângela, disse que iria dispensar a formalidade, e expressar a tamanha alegria que estava em fazer a abertura de um evento com tal magnitude, pois falara de Varneci, não somente como palestrante, mas como um amigo de há muito tempo, e sabia de seu potencial, e que, naquele momento, ele estaria representando a alegria de muitos em ver um filho da terra com tamanho destaque nacional e internacional. Ainda em sua fala, ela buscou explicar porque "Primeiro Encontro de Educadores", tema esse que não foi compreendido até mesmo pela prefeita Jailma Dantas, que a questionou por isso, a qual respondeu "que esse seria o primeiro de muitos, e, principalmente, para dizer que devemos começar da base, isto é, valorizando a nossa cultura". Então mada mais do que viável iniciar com gente da gente, que tem uma cultura típica de nossa Terra: o cordel.

O tema "A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e o Cordel", foi o alimento principal para que Varneci sentisse-se em casa, literalmente falando, afinal foram anos dedicados à prática e à pesquisa na área de cordel, cultura, esta, que ainda está sendo conhecida e valorizada pelos brasileiros, e mais ainda pelos nordestinos, de modo especial pelo paraibanos, tendo como o pioneiro do cordel Leandro Gomes de Barros (também paraibano), onde de maneira errônea, atribuiram o nosso cordel (brasileiro) à literatura de cordel portuguesa, sendo que esta tem características diferentes das dos cordéis do Brasil.
Foto: Enviada por Nonato Melo, grupo de Conversa Sobre Política
Varneci falou da sua luta em tornar conhecido, de maneira verdadeira e atraente, o cordel e as demais culturais de nosso município, entre essas, ele deu um grande destaques aos batalhões, tipo de mutirão formado geralmente por homens (e pouca presença de mulheres) que se juntavam para trabalhar em roças seguidos de musicas espontâneas (conhecidas como repentes, daí a palavra repentistas) ritmadas pelo puxar da enxada ao trabalhar a roça. E falando aos professores, ele frisou que "para influenciar o aluno, ele deve servir de modelo, ou seja, leia para que seu aluno tenha gosto pela leitura, e não trabalhe cordel só por trabalhar, pois isso pode acabar prejudicando a difusão dessa cultura", e que diante dos novos desafios - a tecnologia - que os mesmo encontrem maneiras criativas de trabalhar com elas, a fim de que essa ferramenta não se torne um inimigo na aprendizagem do aluno.
A imagem pode conter: 1 pessoa, em pé e área interna
Foto: Facebook de Kathyuscia Santos
Estavam também presentes nesse encontro, o chefe de Gabinete, Antônio Carlos, os Secretários de Governo: Margarete, Kathyuscia, Igor, a vice-prefeita Vera Lúcia, o Primeiro Cavalheiro Marcão, os vereadores Fernandes, Gilson do Camamum, Adriano e Ramon, os ex-párocos padre Ramos Neves e padre Mário Gonella, Nonato Melo, representantes de sindicatos e o secretário de educação de Ribeira do Pombal, Roberto Alcântara (Bebeto), além de centenas de educadores e pessoas de outras categorias que foram prestigiar esse ilustre artista banzaêense.

Tanto no início, durante e no final da palestra, Varneci usou do cordel para saudar, conduzir o povo e provocar aprendizado com muitos risos, despedir-se e expressar a gratidão que ele teve e estava tendo àqueles que lhe foram fundamentais para ele chegar aonde chegou, lembrando até de sues mestres que já morreram, familiares e amigos. E disse que não podemos desistir dos nossos sonhos e nem deixar de acreditar naquele aluno, mesmo que pareça não ter muitas expectativas. Ele finalizou dizendo que "de todas, essa foi a melhor palestra que já fiz, pois falei para aqueles que me ensinaram a falar, a ler e a escrever".

Para ter mais informações sobre Varneci Nascimento, clique na coluna ele aqui nesse blogue.

Nenhum comentário: