terça-feira, 23 de agosto de 2011

Entrevista com os "prefeituráveis" 2012 de Banzaê - Galileu


Galileu é secretário de saúde do município de Banzaê ha dois anos, e vem desenvolvendo um trabalho para aproximar a Saúde do povo e o povo da Saúde. É filiado no mesmo partido do vice Têca - PTB - e ele disse que o grande desejo dele é ser candidato a prefeito.


Monte “Nius” – Como está a saúde em Banzaê?
Galileu – Desde quando o Banzaê se emancipou até hoje, o avanço foi grande. Eu lembro que em 2005 nós tínhamos um dentista pra todo o munícipio [falo de dentista porque é mais fácil], hoje nós temos dentista em cada PSF que atende quase igual a um particular – de segunda-feira a sexta-feira, são 7 PSF no geral; temos atendimento de Raio X em Banzaê e na Queimada. Fazemos palestras educativas. Eu comprei, agora, um escovódromo para atender às escolas. Na questão de médico, que é o que tem grande confusão em Banzaê, as pessoas confundem: aqui é um Centro de Saúde e não um Hospital. Veja só! Pra um hospital, tá defasado, mas pra um centro de saúde tá avançadíssimo. O centro de saúde é igual o de Palmares, chegou 5 horas fecha. Mas a gente faz das tripas coração para dar a atenção básica. Infelizmente para fazer parto, cirurgia, serviço de fratura o recurso é pouco, teria que ter um recurso maior. Pombal tem Cícero Dantas tem. Inclusive o de Cicero Dantas fechou. E os casos que não são atendidos aqui a gente manda para micro região de que é Ribeira do Pombal. Tem a PPI (Programação Particular Integrado) e os casos que não são atendidos em Banzaê a gente manda pra Pombal que é pago com o nosso dinheiro. Temos ambulatório, pediatria, ortopedia, cardiologia, clínico geral e nutricionista e eu tou até preocupado porque as pessoas querem fazer estética, e não pra esses casos, fisioterapeuta. A nossa saúde ainda não tá ótima, como não estar em Pombal, na Bahia e no Brasil, mas a gente procura fazer a nossa parte. A gente procura fazer o melhor. Temos uma farmácia básica com um farmacêutico há dois anos, coisa que ninguém nas farmácias, mas a gente tem, a gente faz a nossa parte. Antigamente tinha um plantão médico, mas foi excluído porque não tinha como pagar, consegui sanar a dívida aí o plantão está retornando, porque isso gera um custo alto. O plantão das 7 horas da noite às 7 horas da manhã. Eu peco, às vezes aqui como eu disse na conferência, por excesso, e não por ausência. E as pessoas às vezes não entende. Tem gente que vem aqui e quer usar a ambulância em caso desnecessários, e ela é só pra aguem que está acamado, ou pra alguém idoso.

MN– Fale sobre a Conferência de Saúde promovida pela Secretaria. O que foi e qual objetivo e o que o município ganhou com isso?
Galileu  – O principal objetivo da conferencia é levar a público as ações da Secretaria e segundo ouvir o que a população. A minha ideia é essa. Apesar de alguns secretários se manterem fechados a minha ideia é ouvir a população, anotar e tentar sanar. Antes dessa conferencia eu fiz nove pré-conferência. Até me orientaram para não ir, mas eu fui, ao contrário de muitos secretários pra ouvir elogios e críticas, mostrar o que tenho e o que posso fazer para melhorar. Inclusive eu me surpreendi quando estava discursando as pessoas preocupadas com o lixo, com rede de esgoto... se preocupando com o meio ambiente. Estão se preocupando mesmo com a questão ambiental, infraestrutura. Mostrar as pessoas que médicos têm limites. Tem limites “vírgula”, porque tem um determinado médico que diz que só atende 30. Ou eu fico só com as trintas ou sem nenhum, não é que eu gosto mais do médico “tal”. Então eu sou refém dos médicos. Os dentistas atendem como eu quero, são cinco dias na semana, e só Banzaê que tem cinco dias. Médico é como eles querem. Foi por isso também que tiramos o médico do plantão porque a gente não tem condição de pagar, e também não é nossa obrigação. A nossa obrigação é a atenção básica. Pra entender existem três modalidade de atendimento: básica – que é a nossa –; média e alta é obrigação do Estado que atende os casos de ultrassom, raio X, cirurgia, ressonância e outros atendimento de maior complexidade.

MN – O Selo Unicef é grande parceiro de Banzaê e ele fez uma avalição do trabalho no munícipio que teve nota boa, só no quesito saúde é que Banzaê apresentou uma nota em vermelho. Como explica isso?
Galileu  – Se não estou enganado agora, foi na questão da desnutrição. Mas melhorou muito, mas também não está 100%. A questão é desnutrição e mortalidade infantil. Nós chegamos a conclusão seguinte: eu acho que é por causa da população indígena. Eu não tou querendo me tirar da responsabilidade, não, é por lá a gente não tem muito acesso. E a questão da desnutrição já contratamos nutricionista pra cuidar desses casos, inclusive nós fizemos um projeto em parceria com a Pastoral da Criança, coordenada por Maria Rosa, que também é agente de saúde – com uma multi-mistura orientada aí a Funasa recriminou e suspendeu ai vou a questão de novo. Suspendeu mas não deu solução. Disseram que não era bom, e que podia atrofiar as crianças... e tava até tendo resultados. Quer dizer, é mais difícil a gente trabalhar na área indígena. A gente investe muito nas campanhas de vacinas e isso ajuda muito o desenvolvimento das crianças, graças a equipe coordenada por D. Arlinda, Lugiane e Eliane. Elas se dedicam muito.

MN – Um fato marcante da Conferência de Saúde foi a entrega de um automóvel para a saúde e educação pelo Programa de Saúde Escolar (PSE) que é um programa novo. Comente sobre esse novo parceiro de Banzaê.
Galileu  – É uma parceria da Saúde e Escola. É um programa novo do Governo Federal e ele dá suporte só na saúde das escolas, não é pra andar pra fora do município como pra Pombal ou outro lugar, como são os carros comuns da saúde. E a ideia desse programa é fornecer materiais para trabalhar nas escolas, como Datashow, DVD, kit bocão, escovódromo. Já distribuí os kits nas escolas, mas tou devendo a visita pra ensinar como utilizar. Aí a ideal do PSE é essa: desenvolver atividades educativas e preventivas. A recomendação do Ministério da Saúde é prevenir, nós temos a cultura diferente: a nossa cultura é remediar, e o programa abrange todas as atividades de prevenção: AIDS, preconceito, drogas, alcoolismo, escovação, alimentação correta, hanseníase, tuberculose, palestras sobre dengue. Atingindo os jovens. Não que os outros não mereçam ou não sejam atingidos, mas é que os jovens são os alvos principais.

MN – Muitos usuários agradecem pelo transporte que tem que leva o pessoal em Salvador. Mas será que já não estar na hora de adquirir um carro exclusivo da saúde?
Galileu  – Essa pergunta é unanime. Essa questão eu posso assumir. Eu devo. Eu sou secretário e tenho que brigar mais. É promessa da Prefeita. A questão é como vamos resolver essa questão. A gente leva no carro escolar. Sei que é errado. Errado entre aspas. É que os carros que tem não dar conta. A gente manda os gols, manda ambulância. Mas tá mudando. A minha ideia é comprar uma “Sprinter”, com ar condicionado, mas confortado. O que a gente precisa saber é que as pessoas têm direito e não privilégio . tem o carro segunda-feira e quarta feira e querem ir na terça-feira, com isso que tiver alguma viagem marcada pra terça-feira vai na segunda e volta na quarta-feira e assim por diante porque o carro vai na segunda, quarta e sexta-feira. A gente tem uma casa de apoio e q gente da uma gratificação a Wllian da Queimada que fica lá, atendendo e recebendo o pessoal. Agora o carro eu posso assumir. Isso é uma busca minha.

MN – Seu nome é um dos citados na lista dos pré-candidatos de 2012 em Banzaê. Já teve alguma conversa da prefeita com o Sr. Sobre esse assunto?
Galileu  – Não. A prefeita não teve comigo e nem com ninguém. Mas pelo fato de eu ocupar um cargo de confiança e por ser amigo pessoal ela e de Marcão é que as pessoas comentam. Mas uma coisa eu deixo claro: eu voto no candidato da Prefeita.

MN – E não havendo uma essa indicação para o executivo, o Sr. Nunca pensou a se candidatar a vereador?
Galileu  – Eu gosto muito de política, mas vereador eu nunca tive vontade. Mas eu tenho um desejo de ser prefeito, governador ou presidente, mas vereador, nem deputado e ne senador eu não tenho vontade. Eu posso até ser, mas vereador não tenho vontade, não. E também não sou daqueles “se não me apoiar eu não voto.” Não.

MN – Como o Sr. analisa o perfil politico dos eleitores e dos candidatos de Banzaê?
Galileu  – Eu acho que Banzaê é superior à várias cidades do mesmo nível, na questão de pessoas eleitas e eleitores. Eu sempre falo em reuniões que Banzaê demostra te eleitores mais inteligentes que na região toda, porque eles cobram muito. O próximo candidato a prefeito ou prefeita tem que tomar cuidado. Jailma tem alguns defeitos – não vou dizer não tem – mas ela tem muitas qualidades, ela faz muito pela população, ela não faz de forma individual, mas faz pelo coletivo, tipo: obras, calçamento, saúde coisas que são pra todo mundo. Então isso o pessoal cobra muito. Os eleitores de Banzaê são inteligentíssimo, pode observar, não são de se enganar por qualquer coisa, não. Os políticos – alguns – ainda deixam a desejar.

MN – O Senhor teve menção de seu nome feito por outras pessoas?
Galileu  – Ah! Isso, já. Já chegou alguns vereadores, alguns secretários, o pessoal que trabalha com a saúde, com a educação. Se amigo do PV – Tadeu – mas não de lá, da Prefeita.

MN– O Sr. já está filiado em algum partido?
Galileu – Sim. No PTB.

MN – O Sr. acredita na possibilidade de uma terceira via em BanzaÊ?
Galileu  – A liberdade de expressão [e política] existe, mas eu acho que não vinga.

MN – E caso surja essa terceira via, o Sr. encara como positivo ou negativo?
Galileu  – Existe os dois lados. Pra população é bom, porque quanto mais opção melhor. Se tiver dois é bom e se tiver três melhor ainda pra população, no sentido de escolha. No sentido financeiro vai ser mais difícil, porque que tiver com a “máquina” vai ter que gastar mais, e também acho que ninguém tem coragem. É bom pro povo. Mas eu acho que aqui não tem, não.

MN – O Sr. é pedagogo, já ocupou uma sala de aula e foi diretor C. Edval Calazans. Faça uma avaliação da Educação
Galileu  – Eu saí de lá faz dois anos. Então não posso nem... Eu tou um pouco aéreo. Mas do tempo em que sai até aqui, já teve muito avanço. Mas eu acho que de um tempo pra cá a educação tá passando por uma crise. Crise de valores, muita discussão muitas brigas pequenas... no dia da conferência alguém comentou do meu lado: “olha se aqui fosse os professores, tava a maior confusão. Eu sou professor, e gosto muito. Mas as pessoas precisam de valores. Mas melhorou a educação. Tem pessoas como Fátima é competentíssima, tem Tadeu, tem Teles e muita gente que são meus amigos. Tem você... tem pessoas boas que eu conheço. Agora tá em crise. Não é ruim. É crise. Quando eu era diretor, tinha vez que quando eu chegava no colégio parecia uma “Torre de Babel”. Mas no geral tá bom. Na questão de aulas vagas já melhorou bastante. Até no dia do estudante quando vi minha filha indo pra aula eu estranhei. Tem gincanas, dia da cultura.

MN – Se o Sr. for indicado como prefeito e se eleja, quais são sua prioridades?
Galileu  – Como todo e qualquer administrador, as prioridades são sempre educação e saúde. Além desses eu iria trabalhar com Meio Ambiente, a Assistência Social, Secretaria de Desenvolvimento Econômico que gera renda para o Município. Inclusive eu dei um discurso e disse que a saúde é Inter setorial. Não adianta eu fazer certas campanhas se a Assistência Social e a educação não fizerem parte dela. Por exemplo, a questão de salário... a gente pensa que é fácil, mas não é. Hoje na saúde, o Secretário é o próprio gestor.

Mensagem

EU gostaria que a juventude de Banzaê se preocupasse mais com a questão do esporte e deixasse mais a questão de alcoolismo. Eu tenho visto isso como pai, como professor e como secretário de saúde, e eu sofri muito com isso. O alcoolismo no município de Banzaê é exacerbado. Queria que deixasse mais esse lado e se preocupasse mais com o esporte, cultura, capoeira, escola... ter uma vida mais ativa e não só tomando bebidas alcoólicas.

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