Por: Camila News. Fotos: JS Comunicações
Hoje, Mirandela foi palco de uma celebração carregada de história, cultura e emoção: os 30 anos da retomada do território pelos povos indígenas Kiriri. Três décadas desde que o povo decidiu não mais esperar, e tomou de volta o que sempre foi seu por direito.
Mas enquanto os cânticos ecoavam, o que os livros de história ainda insistem em apagar, uma pergunta pairava no ar: o que realmente mudou nesses 30 anos?
Porque sim, há o orgulho da resistência, há a força de um povo que sobreviveu à invasão, à negação e ao descaso. Mas também há o incômodo de perceber que o reconhecimento pleno, aquele que vai além do discurso protocolar, ainda não chegou. Falta investimento, falta visibilidade, falta vontade política.
Mirandela, mais uma vez, testemunhou a beleza da cultura Kiriri, mas também escancarou a ferida de um poder que ainda não aprendeu a respeitar sua própria origem.
Que essa comemoração não seja apenas um evento no calendário, mas um lembrete: terra indígena não é favor, é direito. E direito não se celebra só com festa, se garante com ações e políticas públicas.

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