Por Nonato Melo
Realmente, somos uma Pátria de chuteira.
O clima da Copa já contagiou todos os lugares desta Nação. Seja o mais simples município à grande metrópole, o que se fala e se comenta é o evento realizado de quatro em quatro anos.
As grandes redes de TV e os diversos meios de comunicação, enviaram seus representantes para cobrir o grande evento. Nesse período de trinta dias somos um país de primeiro mundo, enquanto a seleção Canarinha avançar rumo ao HEXA, o povo esquece seus problemas cotidianos, esquece os casos de corrupções, do dinheiro na cueca e na meia, do dinheiro dos panetones, e do mensalão, a falta de moradia, de uma educação de qualidade, dos moradores de rua, dos menores, dos abusos sexuais e casos de pedofilia. As convenções partidárias passaram como coadjuvantes. Esquecem que recebem um salário mínimo infinitamente inferior ao que prevê a Constituição. Mesmo com todos os avanços dos últimos oito anos, os inimigos se unem para fazer uma corrente positiva na busca do título mundial. Aqui no nordeste coincide com a maior festa, pois os festejos juninos para o nordestino é mais importante do que o natal, alguns prefeitos aproveitam este momento de êxtase da população, para superfaturar as atrações musicais das festas e fazer “caixa” para a campanha dos candidatos preferidos.
E se em 11 de julho formos campeões mundiais, ficará o gosto de que tudo está dando certo, que somos os melhores, mas – caso sejamos derrotados – fica a frustração e a dor.
O povo seguirá a sua caminha até 2014, quando será aqui no Brasil a Copa do Mundo, e alheio a tudo o que passa a sua volta.Raimundo Nonato Melo
Servidor do Ministério Público da Bahia
Atualmente atua em Paulo Afonso-Ba.
Articulador e colaborador de
Vários Movimentos Sociais e Religiosos
promovidos pela Igreja Católica
em Banzaê desde 1995
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